Minha experiência com o povo carioca era nenhuma, até uns 15 anos atrás, quando fui a Muriqui, uma cidade balneário ao sul da capital, e nos hospedamos eu e minha esposa num pequeno hotel. Como bom paulista, no primeiro dia acordei 06:00 hs, e fiquei na sacada do quarto que dava para a rua de terra, passagem obrigatória das pessoas que se dirigiam a praia. E logo, passou o primeiro casal, que sem piscar nos desejou um bom dia, e depois mais pessoas e mais pessoas, todas nos desejando coisas boas, como boa estada e outras coisas mais. Fiquei meio perdido, com a educação daquela gente. Depois saí do hotel e fui me hospedar na casa de um amigo, e logo percebi, que a instituição família que conheci e convivi, era um paradoxo a todas notícias que a mídia veiculava da ATERRORIZANTE CIDADE MARAVILHOSA.
Desde então, meu envolvimento sentimental com as pessoas do Rio, só aumentou, assim como minhas decepções com a criminalidade e violência, porque conhecendo algumas famílias, conheci suas histórias, e não raro o caso de entes queridos levados por balas perdidas, isso no pé do morro. Assim como, conheci famílias muito boas, que perderam seus filhos para o tráfico, e que hoje ou estavam desaparecidos, ou presos.
Nesse meio tempo, Caco Barcelos, escreveu seu livro Abusado, que depois foi tema de um programa globo reporter, onde ficou reverberando em minha mente, as inúmeras autorizações que ele precisou pedir para traficantes para poder ir e vir sempre acompanhado de perto nas comunidades ( morros ) cariocas. Penso que isso preocupou e tirou o sono de muita gente boa.
Com isso, lá, no lançamento do seu livro, realmente começou essa retomada do nosso próprio território, que é uma questão de soberania nacional, pois declaradamente Caco, teve que pedir para entrar na própria casa.
Enfim, a operação amparada pelas Forças Armadas, era necessária por muitos motivos, causando alegria e comoção nacional como se a seleção brasileira de futebol tivesse ganhado uma copa do mundo. Parece que voltamos a ter orgulho e auto estima em sermos brasileiros, e de todos os heróis que fizeram por onde tudo isso acontecer, meu escolhido é voce, Caco, que lá atrás, fazendo roleta russa com a necessidade da notícia, foi nosso cavaleiro solitário, e para mim, e para quem tiver alguma memória, um verdadeiro " VOLUNTÁRIO DA PÁTRIA ".
Como Diplomado da Escola Superior de Guerra, fica minha homenagem sincera a voce, grande Brasileiro.
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