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segunda-feira, 3 de maio de 2010

CARTA MENSAL ABRIL/2010

Europa, Goldman Sachs e a SELIC



O mês de abril foi de altos e baixos para a bolsa brasileira, com destaque negativo para as notícias da Grécia, do Banco americano Goldman Sachs e do aumento de juros no Brasil realizando parte da alta de quase 50% dos últimos 12 meses.

Nos EUA, a SEC (a xerife do mercado financeiro americano) acusou o gigante Goldman Sachs de lucrar bilhões em 2007 quando vendeu aos seus clientes produtos financeiros lastreados em hipotecas subprime apostando na queda dos papeis juntamente ao fundo hedge Paulson & Co. Em um setor cuja credibilidade é crucial, quase ninguém foi poupado de acusações baseadas no aumento do lucro em detrimento aos próprios clientes - entenda-se por pequenos clientes - e com o banco no qual o maior investidor do mundo, Warren Buffett, apostou suas fichas injetando cinco bilhões de dólares, isso não foi diferente. Os representantes do banco negaram as acusações em sabatina no Senado.

No velho continente, a Grécia voltou a mexer com as bolsas globais quando no início do mês, após uma onda de orgulho em relação ao empréstimo oferecido pelo FMI - os europeus cogitaram fazer um fundo próprio que atrasou a ajuda - e a resistência alemã para com o pequeno país, o pacote conjunto de resgate está sob reestruturação com previsão de anúncio para o dia 10. As dívidas de curto prazo vencem no próximo dia 19. O que está em jogo é a confiança da moeda comum e a contaminação de outros países maiores como Portugal, Itália, Irlanda e Espanha - os famosos PIIGS.

No Brasil, na última quarta-feira (28/04), o COPOM decidiu aumentar a SELIC em 0,75 ptos. (para 9,5% ao ano) para conter o aumento da inflação. O BACEN atua de forma ativa e responsável para cumprir a meta, fixada em 4,5%, para o final do ano. Esse aumento na taxa reflete diretamente na cotação do dólar (cotado a R$1,74), pois os investidores estrangeiros passam a receber um prêmio maior investindo num país que é muito bem visto atualmente em virtude do aquecimento do mercado doméstico.

Graficamente, a bolsa continua em tendência de alta de longo prazo, iniciada em 2009, porém num curto prazo, a partir de abril, entrou em tendência de queda abrindo uma ótima oportunidade para compra. A situação da Europa e as atitudes que serão tomadas para resolver a situação fiscal dos países problemáticos será o grande evento que poderá definir o rumo dos mercados globais no próximo mês.

José Roberto Mubarack Filho
Assessor de Investimentos

www.intrader.com.br

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Tel:. 3614-3704 / 3705

INTRADER

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