No mês de setembro, o Índice Bovespa caiu 7,38% com volume médio de R$4,60 bilhões, ligeiramente abaixo da média anual, de R$4,81 bilhões.
As duas principais ações preferenciais da bolsa, Petrobras e Vale, caíram 8,17% e 3,49% respectivamente.
Abaixo, seguem as principais notícias que mexeram com os mercados:
BRASIL
Aumento do IPI para carros importados
O governo anunciou em meados do mês o aumento de 30% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros importados ao Brasil com exceção dos países pertencentes ao MERCOSUL. O objetivo da medida é proteger a indústria nacional de automóvel, uma forma de protecionismo do governo brasileiro. As maiores beneficiadas são as líderes de mercado Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford, donas de 70% das vendas.
Alta do Dólar
Após o corte da SELIC de 0,50% anunciado em agosto pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) e cuja justificativa foi a degradação do cenário mundial (vide carta mensal Terranova de 01/09/2011), o contrato de dólar futuro negociado na BM&FBovespa se valorizou 16,00% frente ao real em setembro, de 1.598,00 para 1.854,00.
EUA
Plano de Barack Obama para Geração de Emprego
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou o plano para gerar empregos ao país, o qual demandará renúncias fiscais e investimentos em infraestrutura avaliados em US$ 447 bilhões.
De acordo com o presidente, mais da metade do pacote bilionário são cortes de impostos para empregadores e empregados. Deste total, estão US$ 55 bilhões para prorrogar os benefícios do auxílio-desemprego até o final de 2012. Outros US$ 50 bilhões serão destinados a projetos de transporte e US$ 10 bilhões para financiar empresas de infraestrutura. Segundo a Casa Branca, outros US$ 35 bilhões serão usados para contratar professores em um prazo de dois anos. Obama também defendeu um código tributário mais justo argumentando que nos EUA o pobre paga mais imposto que o rico. O projeto foi enviado para votação no congresso.
EUROPA
Rebaixamento Itália
Mesmo após o anúncio do plano de austeridade fiscal italiano no mês de agosto (vide carta mensal Terranova de 01/09/2011), o rebaixamento da nota da Itália pela Standard & Poor’s foi inevitável. A justificativa da agência para a ação foi que o rebaixamento reflete a visão de que a frágil coalizão que governa a Itália e as diferenças políticas dentro do Parlamento seguirão limitando a habilidade do governo para responder de forma decisiva aos desafios internos e ao
entorno macroeconômico externo.
Grécia em Foco
A TROICA (União Européia, FMI e BCE) retornou à Grécia para analisar as contas do país e decidir sobre a liberação da próxima tranche de 8 bilhões de euros.
O plano de ajustamento estrutural a médio prazo (2012-2015), que o parlamento grego aprovou em meados do ano, prevê uma série de medidas de austeridade entre 2010 e 2015 e um programa de privatizações com uma receita estimada de 50 bilhões de euros, em troca do resgate de 110 bilhões de euros que a Grécia começou a receber em 2010. As equipes da TROICA sinalizaram que o país está atrasado com as reformas impostas e parte do empréstimo que é essencial para a Grécia pagar a dívida, salários e pensões, ainda não foi liberada.
Novas declarações de que os ministros de finanças da zona do euro estão reavaliando a participação do setor privado no segundo pacote de resgate à Grécia ampliaram os temores sobre um default seletivo (quando há um consenso entre as partes sobre um desconto no montante devido). No acordo feito em 21 de julho, os credores privados concordaram em
receber um decréscimo de 21,00% sobre os títulos gregos que detêm. Em pronunciamento, o chairman do Eurogroup Jean-Claude Juncker afirmou que o acordo deve ser revisto já que o crescimento econômico e a situação do déficit grego pioraram desde então.
Parlamento da União Européia Aprova Plano de Governança Econômica
Em Bruxelas, o Parlamento europeu finalmente aprovou o plano de governança econômica. Os deputados europeus aprovaram todas as medidas legislativas que fazem parte do pacote que levou um ano de negociação.
Bruxelas terá autonomia de sancionar em até 0,20% do PIB os países que ultrapassarem os limites estipulados pelo plano, de 3,00% de relação déficit/PIB e de 60,00% de dívida pública/PIB.
Com o objetivo de evitar a manipulação de dados macroeconômicos, irá monitorar todos os países da Zona que apresentarem desequilíbrios em conta corrente (alto índice de superávit ou déficit).
O pacote legislativo também prevê a introdução de indicadores mais precisos para detectar desequilíbrios macroeconômicos, a exemplo das bolhas imobiliárias que levaram o continente à situação atual de desaceleração econômica e alto nível de desemprego.
Por último, para tornar as ações dos países europeus mais transparentes, os titulares de finanças deverão prestar contas sobre suas decisões no Plenário de Estrasburgo.
Rebaixamento dos Bancos Franceses
O rebaixamento da nota do Crédit Agricole e Société Générale pela agência de risco Moody's colocou maior pressão no sistema bancário e nas autoridades européias. A decisão da Moody's de revisar a classificação dos grandes bancos franceses foi justificada pela exposição dos bancos à dívida grega. O Crédit Agricole teve sua nota rebaixada de Aa1 para Aa2 e Société Générale de Aa2 para Aa3. As autoridades políticas e monetárias francesas se esforçaram por minimizar o significado da ação insistindo na solidez do sistema bancário do país.
JOSÉ ROBERTO MUBARACK FILHO
TERRA NOVA INVESTIMENTOS
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